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Mostrando postagens de setembro, 2008

VOCÊ GOSTA DE AMORA?

Foi só na segunda volta na superquadra, em minha caminhada matinal, que percebi o pé de amora carregadinho de amoras bem pretinhas, no ponto de serem saboreadas. Esqueci por um momento mágico todas as recomendações de médicos e educadores físicos e parei ali, prostrada diante daquele altar natural. A contemplação da natureza e de suas maravilhas nos faz estar mais perto de Deus e de nós mesmos. No instante seguinte me vi colhendo e saboreando os pequenos frutos adocicados. Os frutos vermelhos, ainda ácidos para o meu paladar, eram visíveis, fáceis de serem encontrados. Mas para achar os frutos mais saborosos, era preciso atenção, pois confundiam-se com os galhos e se posicionavam estrategicamente nos lugares de mais difícil acesso, como que se protegendo das investidas de caminhantes ávidos como eu. Mas eu insistia e, perseverante, os encontrava para o meu deleite. Quando em determinada posição não conseguia mais achá-los, bastava uma pequena mudança de ângulo e lá estavam eles à minha

BEM-ME-QUER, MAL-ME-QUER

No meu tempo de adolescência - e olha que já se vão alguns anos - nós tínhamos um costume que hoje já não sei se existe ainda. As meninas apaixonadas, querendo saber se podiam nutrir esperanças, despetalavam uma flor. Como no sistema binário que hoje determina e facilita quase toda a comunicação virtual, alternavam-se as opções: mal-me-quer, bem-me-quer. Na época em que tudo era sonho e ilusão, só interessava saber se o "moço" a queria, ou não. Hoje os tempos mudaram. Os meios de comunicação se sofisticaram, mas o jeito de amar parece que não mudou. Ainda há falas não faladas, gestos dúbios que deixam dúvidas sobre os seus significados. Fica o não dito, pelo dito. É a ligação que não é atendida, o e-mail indireto, o fingir que nada está acontecendo. O olhar não olhado, a palavra vazia! O diálogo mudo, dúbio, de corpos que falam o que palavras não conseguem ou não querem dizer. E não dizem para não se comprometer, pois palavra tem força de fazer acontecer! Palavra que nos temp

O NÃO DITO, PELO DITO

Há um velho ditado: "O dito, pelo não dito", referindo-se àquelas coisas que dizemos e depois desmentimos. Mas há também assuntos sobre os quais precisaríamos conversar e não o fazemos. Não gostamos de falar sobre quem somos, pois isso ameaça o nosso desejo de sermos amados. Não gostamos de falar daquilo que pode fazer o outro pensar mal da gente: aspectos que revelam o que realmente somos e que não queríamos ser. Não gostamos de falar a verdade. Temos medo de dizer o que o outro pode não gostar. Não queremos correr o risco do outro deixar de gostar da gente. Não gostamos de falar de assuntos que podem causar confusão. Aquilo que pode desestabilizar a falsa harmonia dos grupos. Verdades ocultas que, vindo à tona, podem trazer desconforto nos relacionamentos acomodados e acostumados a não questionarem os porquês. Não gostamos de falar sobre tudo aquilo que nos traz tristeza. Não gostamos de falar da morte. Não gostamos de falar sobre coisas que, pensamos, podem nos trazer azar

Amor de avós "estraga" a criança?

Um dos comentários que sempre se ouve nas famílias é sobre os mimos que fazem os avós ao seus netos. Tem coisa melhor do que casa de avós? Tem coisa melhor do que a expectativa de ir à casa dos avós ou sair com eles? Só quem não conviveu com seus avós é que não sabe como isso é bom. Como essa convivência faz bem para a criança, quando ainda é criança, e para a criança que nós temos dentro de nós. Eu, como muitos dos que vieram para Brasília quando crianças, deixei para trás minha cidade natal, onde moravam os meus avós. A oportunidade que eu tive de conviver com eles era quando, nas férias, nós os visitávamos. Eu me lembro bem da casa de esquina numa rua da qual não sei o nome, em minha cidade natal, Catanduva, no interior de São Paulo. Meu avô ficava sentado no alpendre, um tipo de varanda daquela região, que não sei se ainda se constroem. Da calçada, subíamos alguns degraus e adentrávamos ao alpendre, antes da porta principal da casa. Era lá o local onde as pessoas chegavam e sentava

Existem pessoas que amam demais?

Há pessoas que amam muito. Não são pessoas que amam demais... O amor nunca é demais! O amor que se dá deveria ir e voltar. Quem recebe amor deveria amar muito também. Mas há pessoas que não sabem amar... Há pessoas que não sabem receber amor! São pessoas que, quanto mais recebem, Mais elas querem receber. São pessoas que, quanto mais são amadas, Menos querem dar, Menos querem amar. O amor não nasce só na espontaneidade. Amor nasce na intenção. Nasce da vontade de amar. O amor nasce na mente e no coração. Eu diria, então, Que não existem pessoas que amam demais. Existem, sim, pessoas que não sabem ser amadas. E existem outras pessoas que não sabem amar. E ainda há aquelas que, mesmo sabendo, não querem amar. Mas há, sim, aquelas que escolhem a pessoa errada para amar!

UM ANO DE VIDA!

Hoje é dia de festa! Este Blog está completando hoje, dia 02 de setembro, o seu primeiro ano de existência! É tempo de comemorar, mas também é tempo de avaliar! A idéia deste blog começou a partir da minha experiência com grupos de terapia. Moreno, o criador do Psicodrama, trouxe ao campo da psicoterapia a possibilidade do compartilhar a si mesmo através da experiência em grupos. Iniciou com a arte: a arte cênica, o Teatro Espontâneo. No Teatro Espontâneo, que acontecia em um auditório, encenavam-se as peças da vida. Não havia script pré-estabelecido. Havia uma atriz, a Bárbara, que sempre desempenhava papéis “ingênuos, heróicos e românticos”: o sonho de todo homem para sua esposa. Não demorou e encontrou quem por ela se apaixonasse. George, um poeta, assíduo freqüentador do Teatro Espontâneo, com ela se casou. Tudo parecia que seria a realização de um sonho. Mas a convivência diária trouxe à tona a verdadeira personalidade de Bárbara, que não era nem tão meiga, nem tão angelical