BRASÍLIA 5.7
Era o ano de 1967! Eu era adolescente,
aluna do Ginásio Moderno, atual Setor Oeste.
A saudosa diretora, “dona” Maria
Aldina, poetisa, sempre fazia dessas: colocava-me a declamar as suas poesias.
Essa, cuja continuidade não consigo mais lembrar, foi escrita em homenagem à
Brasília, no seu aniversário de sete anos!
Hoje, cinquenta anos passados,
quando nossa querida cidade completa 57 anos, trago esta lembrança.
Hoje, Brasília já não é mais uma
menina. Brasília hoje, é uma mulher madura. Uma mulher sábia! Que pode contar
uma história. Brasília, já não é aquela cidade pequena, de avenidas desertas, planejada
para 500 mil habitantes. Passou muito longe disso! Naqueles idos anos 60, vivia
em meio a um conturbado quadro político. A aparência de uma cidade tranquila,
mas que chorava já pelos filhos adotados, que começavam a desaparecer.
Brasília não tinha ainda uma
história para contar. Brasília naquela época, ainda não tinha a riqueza de hoje
da vida cultural e política.
Como Brasília cresceu! Que
frondosas são as suas árvores, que na época eram tortuosos arbustos. Brasília amadureceu.
Em sua mocidade foi conquistando seu espaço no planeta. A cultura de Brasília hoje
tem seu destaque no cenário nacional. Berço de artistas de projeção
internacional.
Brasília fez acontecer!
Hoje, vejo uma cidade madura, que
já tem muitos filhos. O jeito de cada um foi sendo incorporado, transformando em
um jeito de ser de Brasília.
Comemoro com você, querida
cidade, que me acolheu. Crescemos e amadurecemos juntas.
Gosto de ver como hoje é. Gosto de ver suas
fotos antigas e me lembrar dessa trajetória. Gosto de passar pela W-3 e lembrar
dos tempos de seu glamour. Gosto de visitar a 114 sul, onde cresci. Gosto de
dar uma volta no Lago Paranoá, pela L-4, passando pelo Varjão, até o Lago Sul.
Gosto de ver como a Ceilândia
cresceu. Vi quando ela nasceu, a partir da erradicação da Invasão do IAPI,
entre outras! Gosto de passar pela Esplanada e Praça dos 3 poderes e lembrar do
tempo que eu, criança, corria atrás dos pombos, como hoje faz minha netinha.
Amo você, Brasília, minha cidade
querida! Quero ficar sempre com você. Repousar meu corpo na sua terra vermelha.
Contar para seus filhos, sua história!
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